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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Show de Ozzy Osbourne reuniu 30 mil pessoas em São Paulo

Se há um lugar em que se deve levar Ozzy Osbourne a sério é em cima de um palco. Apatetado na vida, o Príncipe das Trevas, hoje um senhor de 62 anos alquebrado pelas décadas de excesso (drogas e álcool), se mostra, pelo menos em show, com pleno domínio de sua música. Só isso pode explicar 30 mil camisas pretas, debaixo de chuva torrencial, sem arredar o pé, cantando a plenos pulmões Iron man, um dos grandes hinos do metal. Na noite de anteontem, na Arena Anhembi, Ozzy fez o segundo show no Brasil de sua atual turnê, Scream. Em sua quinta passagem no país desde a estreia, no Rock in Rio de 1985, ele se apresenta ainda em Brasília (amanhã) e Rio de Janeiro (quinta). No sábado, encerra o braço brasileiro da turnê latino-americana com show no Mineirinho.

Ao som de Carmina Burana (cantata do compositor alemão Carl Orff), o show foi aberto, impecavelmente, no horário programado (21h30). O público já estava rendido com a hora anterior, na companhia do Sepultura. O andar trôpego, as palmas desajeitadas, o "fuck" pronunciado em praticamente todas as frases com que se dirigiu ao público, foram recebidos com todas as honras pela massa vestida de negro. Também da mesma cor (da capa, passando pelas unhas e maquiagem dos olhos), ele, ao término de cada música, caminhava, com seus passos curtos e ombros caídos, até o fundo do palco para tomar água. Essa, por sinal, não faltou. Não bastasse a chuva, que ganhou ares de temporal no meio da apresentação, Ozzy empunhou, de quando em vez, uma mangueira com água e espuma, jogadas no público que se amontoava em frente ao palco.

Durante exatos 90 minutos, Ozzy desfiou basicamente o mesmo repertório quando da estreia de Scream em Porto Alegre, na semana passada. Abriu o show com Bark to the moon, para, na sequência, desfiar Let me hear you scream (single do álbum de 2010, o 10º de estúdio de sua carreira solo) enrolado na bandeira brasileira. Mr. Crowley, a terceira, fez a plateia levantar as mãos, fazendo os chifres do capeta, gesto símbolo do rock pesado. A primeira parte do show ainda contou com uma mistura de velhas canções do Black Sabbath (Fairies wear boots e a obrigatória War pigs) com sucessos do vocalista em sua carreira solo (como a lenta Road to nowhere, que deu uma acalmada nos ânimos).

Aos 50 minutos de apresentação, Ozzy saiu do palco (para retomar as forças, não resta dúvidas) por outros quase 15. Hora de ir ao banheiro ou dar um tempo no bar para os que não têm paciência para virtuoses. Para os outros, a maioria, foi a vez de a (jovem) banda brilhar na execução de outra do Sabbath, a instrumental Rat salad. Esse é o momento do novo guitarrista de Ozzy, Gus G (que foi devidamente apresentado por ele como o “cara novo”). Há menos de dois anos na banda, ele vem cumprindo, com êxito (e abusando dos clichês, como longas madeixas balançado com a ajuda do ventilador durante os solos) a tarefa de substituir Zakk Wylde, que esteve ao lado de Ozzy em boa parte de sua carreira solo. Político, tocou até um trecho de Brasileirinho (choro de Waldir Azevedo), ótima oportunidade para qualquer instrumentista de cordas demonstrar técnica e velocidade. A banda conta também com o tecladista Adam Wakeman, filho de Rick Wakeman, este amigo de Ozzy desde a época em que era a estrela do Yes. 

Ozzy retornou com a supracitada Iron man para a parte final do show. Os telões não deixaram de mostrá-lo “devorando” um morcego de borracha. Ainda que a voz falhe por vezes, segura bem (a seu jeito, claro) até o final da apresentação, com I don’t want to change the world, Crazy train, Mama I’m coming home e Paranoid. Resumo da ópera: um grande show, mas não espere ser surpreendido. Porém, como o próprio Ozzy disse em entrevista, na tarde anterior, “completar um show já é uma surpresa.” 
 
Fonte de pesquisa: Diario de pernanbuco

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